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17 de novembro de 1962

{SEM TEMA___ }

     Hoje recebi um paciente chamado José Albuquerque da Costa e Marcos. Foi-nos deixado pelos familiares, que julgam-no como vítima de esquizofrenia. Recebemos-lo de mãos abertas. Após algumas observações, o paciente apresentava sintomas estranhos, alguns macabros e outros muito raros e pouco estudados. Até ao momento, não encontrei nenhum diagnóstico compatível. No entanto, não vou parar de estudar. O paciente, agora internado, apresentou, já no laboratório, episódios psicológicos, psíquicos e neurológicos peculiares, destacando-se os seguintes:

*         Amnésia temporária, seja de eventos específicos ou de um período do passado;


*         Lentificação dos movimentos e reflexos ou impossibilidade de se mover, semelhante a um desmaio ou um estado de catatonia;


*         Perda da consciência, identidade ou noção de tempo e lugar;


*         Movimentos bruscos e inesperados que se assemelham a uma crise epiléptica;

*         Formigamentos ou perda da sensibilidade em um ou mais locais do corpo, como boca, língua, braços, mãos ou pernas;

 

Os episódios têm aparecido de forma esporádica, mas de modo frequente. De facto, já vários outros meus antigos pacientes, cujos ficheiros guardo preciosamente no meu escritório, apresentaram sintomas semelhantes. Tudo deve estar, de algum modo, relacionado. 

A mim, parece-me que está a emergir lentamente um novo diagonostico e perturbação mental, talvez associada à esquizofrenia ou a múltiplas personalidades. No entanto, não vou partir para conclusões precipitadas.

Neste momento, não posso diagonosticar o paciente com algo concreto, no entanto, as investigações irão continuar. Até obtermos um resultado conclusivo, seja isso com a formulação de uma nova teoria, ou com a recuperação de antigos casos, não vamos parar a experimentação.

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