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21 de abril de 2020

De todos os casos que já vi na minha vida, do meu avô, meus ou dos meus colegas, uma condição que sempre me fascinou foi o Transtorno Dissociativo de Identidade . Antes chamava-se transtorno de personalidade múltipla. Este tipo de transtorno é a existência de dois ou mais estados de personalidade (ou alter egos), e a alternância de ação entre eles. Sempre me espantou a mudança de personalidade nos pacientes, era algo quase cinematográfico, como uma mudança de “personagem”, de repente o paciente muda a maneira como fala, como gesticula, o estado de espírito, as suas opiniões ou as suas preferências. Claro que existem diferenças no grau de disparidade nas mudanças de estados de personalidade. Existe a forma de possessão (em que as identidades diferentes do sujeito são completamente opostas e independentes uma da outra) e a forma de não possessão (o paciente não muda totalmente de identidade mas vê de maneira diferente muitos aspetos e reage de maneira diferente a eles, isto é a despersonalização). De quase todos os casos que vi, este tipo de perturbações são causadas por traumas psicológicos agravados, sobretudo na infância. Os traumas por que os pacientes passam eram terríveis, como abuso sexual, violência, perdas de familiares, coisas horríveis. 

Esta é pior parte da psicologia, mas estou a divagar. 

Se tivesse de ilustrar o processo de se tornar num doente com Transtorno Dissociativo de Identidade, seria assim:

Em Primeiro lugar, provavelmente será necessário passar por um trauma bastante significativo na infância, não será necessário entrar em detalhes e esta é parte mais desagradável portanto podemo-nos ficar por isto. Este sofrimento tão forte numa idade tão jovem leva ao condicionamento da formação da identidade, o trauma impede a identidade do sujeito de se desenvolver como é costume, sobretudo se quem inflige o trauma for um dos pais. Depois do ocorrido, o cérebro tentará processar o trauma da melhor maneira que conseguir, no entanto, sabemos que o cérebro não foi feito para processar traumas tão intensos, por isso é que existem tantas sequelas possíveis de eventos como este, e um deles é o TDI, mas passado algum tempo (que varia de pessoa para pessoa) são começados a mostrar os sintomas.

Em segundo lugar, os sintomas começarão a manifestar-se. O paciente irá começar a experienciar amnésia, não se lembrará de eventos que lhe aconteceram (pouco ou muito tempo antes). Mas para verdadeiramente se tornar num paciente com TDI, existe mais do que um tipo de amnésia que se terá de suportar,

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