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20 de fevereiro de 2024

psicologia dos fãs

Ontem foram os Grammys, e não consigo sair de casa sem ser bombardeado com o facto de a Taylor Swift ter ganhado o Álbum do Ano pela quarta vez ontem. Eu simpatizo bastante com ela, afinal, nascemos no mesmo dia, e acho que ela defende muitas coisas importantes, mas aquilo que me está a chamar mais à atenção é a maneira como toda a gente reage ao que ela faz. Isto lembra-me de o meu avô ter escrito sobre a Marilyn Monroe e como ela tinha um efeito parecido nas pessoas. A Princesa Diana tinha um efeito muito parecido, é uma pena o meu avô não a ter chegado a ver, e não ter visto a pesquisa que foi feita entretanto sobre a razão de nós venerarmos assim as celebridades. Aparentemente há muitas razões e, como era expectável, muito mais complexas do que talento musical ou teatral. Em primeiro lugar, há a vontade de querer pertencer a um grupo, independentemente do quão dividido ele é espacial ou culturalmente. E fazer parte de uma comunidade de fãs traz exatamente isso, especialmente fãs tão intensos e presentes como os da Taylor Swift, traz um sentido de pertença e de irmandade que o ser humano deseja. Em segundo lugar, e isto aplica-se especialmente a artistas, criam relações (unilaterais) com os espectadores de intimidade. A sua capacidade de fazer arte sobre emoções que toda a gente sente de uma maneira atrativa faz com que os espectadores pensem neles como seus iguais,

 o que é uma parte importante do charme das celebridades, o paradoxo entre serem iguais a nós e, ao mesmo tempo, o símbolo de uma vida de sonho que não temos, mas que podemos ter porque, mais uma vez, eles são iguais a nós. Em terceiro lugar, a arte é uma maneira extremamente eficaz de expressar sentimentos, de várias maneiras. Fernando Pessoa dizia, num dos seus poemas, que há 3 emoções num poema, a que o poeta teve, a que o poeta transformou e que escreveu e a que o leitor tem ao lê-lo. Portanto, ao criar músicas que exprimam emoções suas e nos ajudem a exprimir emoções nossas, vimos, inconscientemente, a Taylor Swift como alguém próximo de nós, até uma amiga, isto é amplificado pelo facto de ela se esforçar para manter uma relação extremamente ativa com os fãs dela, o que me leva ao próximo ponto. Em quarto lugar, a obsessão das pessoas. Todos nós conseguimos desenvolver obsessões de modo relativamente fácil e ela é muitos outros artistas jogam com essa nossa características, dando-nos pistas crípticas sobre possíveis acontecimentos do futuro, planeando cuidadosamente as coisas para nos surpreender na altura em que menos esperamos, ou em que estamos mais desejosos. Recomendo a música Mastermind da Taylor Swift que fala exatamente sobre isto.

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