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Agora heis a pergunta, se temos áreas no cérebro que compreendem, planificam e processam a fala, porque é que precisamos de outros tipos de linguagens para conseguirmos comunicar?
A resposta à pergunta é simples: por vezes, quando alguém sofre de um AVC, um traumatismo crânio-encefálico, tumores cerebrais ou de problemas neurológicos é possível que fique com lesões em certas partes do corpo, nomeadamente afasias no cérebro. Estas podem comprometer a linguagem se afetarem a área de Broca ou a área de Wernicke. A afasia da área de Broca, normalmente chamada de afasia motora ou expressiva uma vez que causa agrafia e prejudica a leitura oral. É caracterizada uma afasia típica por resultar de uma lesão cortical e ser de etiologia vascular. Já a afasia de Wernicke, ou sensorial/ recetiva, causa alexia, a perda da capacidade de ler palavras, e incapacidade na compreensão de palavras ou de reconhecer símbolos auditivos, visuais ou táteis. É também uma afasia típica por resultar de uma lesão no córtex auditivo de associação esquerdo.Agora que já vimos o que é a linguagem não verbal e como é processada, está na hora de introduzir a ideia principal deste artigo: o estudo da personalidade através da linguagem não verbal.Em primeiro lugar, falaremos da hipótese lexical. Esta é a ideia de que todos os traços de carácter importantes estão codificados na nossa linguagem. Mas para uma pessoa que não comunica verbalmente, como podemos analisar esses traços? No seguimento da hipótese lexical, é desenvolvido um modelo de personalidade, o “Big Five” que consiste num modelo baseado em 5 aspetos fundamentais da personalidade que são avaliados de acordo com a linguagem não verbal de um indivíduo.
Os 5 aspetos são, então, os seguintes:
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Conscienciosidade
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Amabilidade
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Extroversão
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Abertura à experiência
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Estabilidade/Instabilidade emocional.
No entanto, viu-se necessária a revisão deste modelo com o avanço da psicologia. Surge, então, o modelo HEXACO, que estuda alguns dos mesmos critérios e avalia alguns novos:
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Honestidade-Humildade (H) - Se um indivíduo exibe interações modestas e genuínas com expressões faciais congruentes e contato visual constante.
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Emotividade (E) - Caracterizado por reações faciais expressivas, gestos fluidos, comportamentos reconfortantes, escuta empática e qualidades vocais variadas.
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Extroversão (X) - Se um indivíduo demonstra gestos dinâmicos, expressões animadas, preferência por distâncias interpessoais mais próximas, expressividade vocal e presença enérgica.
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Amabilidade (A) - Envolve linguagem corporal aberta, escuta ativa, expressões faciais positivas frequentes, compreensão de gestos e tons vocais harmoniosos.
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Conscienciosidade (C) - Marcado por movimentos controlados, postura equilibrada, aparência pessoal meticulosa, pontualidade e estilos de interação medidos.