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17/2/2022

psicologia dos sonhos

 

Estive a revirar o escritório do meu avô de novo! E não é que, com a maior sorte do mundo, encontrei um artigo feito por ele acerca da psicologia dos sonhos? Tenho estudado este tópico ultimamente, e, ainda mais,  tenho vindo a aprofundar o meu conhecimento acerca do mesmo com a investigação do trauma dos meus pacientes.

A psicologia dos sonhos representa uma disciplina intrínseca ao estudo da mente humana. No entanto, isso já havia sido entendido pelo meu avô. Os estudos dele foram pioneiros na investigação deste tópico em alguns dos maiores consultórios em Portugal, seguindo o trabalho inaugurado por Freud, que os tinha como um dos principais objetos de estudo.

Freud explicou os sonhos como sendo manifestações dos desejos e ansiedades mais profundos, muitas vezes relacionados a memórias ou obsessões reprimidas da infância. Além disso, ele acreditava que praticamente todos os tópicos sobre sonhos, independentemente de seu conteúdo, representavam a liberação da tensão sexual.

Na altura do meu avô, no entanto, a investigação ainda estava muito atrasada. Aí, a interpretação de sonhos não tinha qualquer propósito e era apoiada e baseada sobretudo num certo simbolismo sexual e na complexa arqueologia do inconsciente. 

Para Freud, os sonhos eram manifestações dos sentimentos e emoções (desejos, medos, ansiedades) profundas, muitas vezes relacionados a memórias ou obsessões reprimidas da infância. Para além disso, o autor acreditava que praticamente todos os sonhos, independentemente de seu conteúdo, representavam de algum modo peculiar a liberação da tensão sexual.

Contudo, à medida que avançamos no tempo, testemunhamos um desenvolvimento e expansão fascinante deste tópico, agora mais afastado da psicanalise de Freud. Com a emersão da psicologia cognitiva, lança se luz sobre os processos mentais subjacentes à construção onírica. O simbolismo sexual, embora não negligenciado, é substituído por uma compreensão mais ampla, incorporando elementos cognitivos e emocionais na análise dos sonhos. A teoria de jung, por sua vez, enriquece o panorama com a exploração da coletividade e da dimensão cultural inerente aos sonhos e ao inconsciente. Também o avanço da neurociência vem comprovar o papel que muitas situações de elevada carga emocional podem vir a ter nos sonhos.

Enfim, avançando para aquilo que interessa, os sonhos podem ter naturezas variadas, tais como o sabemos tao bem, sendo nós sonhadores inatos. Os eventos retratados oniricamente estão geralmente fora do controle do sonhador, com exceção do sonho lúcido, relativamente raro. No mesmo, o sonhador é autoconsciente, sabendo que está a sonhar, e decidindo como agir, mais tarde lembrando-se detalhadamente do sonho.