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Nesse dia, eu fui para casa a refletir acerca deste paciente, e apercebi-me que o mesmo apresentava um perfil semelhante ao de pessoas como John Wayne Gacy, Jeffrey Dahmer e Ted Bundy. O que é que todos estes têm em comum? São todos assassinos em série amplamente conhecidos pelas atrocidades por eles cometidas. Ainda posso dizer mais, todos estes homens foram diagnosticados com o mesmo transtorno, o transtorno antissocial de personalidade, mais conhecido como psicopatia ou sociopatia.

No entanto, acontece que, muitas vezes, a psicopatia e a sociopatia são julgados como o mesmo transtorno mental, contudo, a verdade é que estes são diferentes – muito diferentes. O psicopata é o que é condicionado biologicamente a ter tendências agressivas e peculiares, enquanto o sociopata desenvolve estas tendências através do condicionamento e aprendizagem já em vida.

Assim, o que acontece de fascinante na psicopatia é que o individuo já nasce com determinadas variações neurológicas e mentais que o levam a ter tendências alteradas. Com isto, há 4 principais zonas do cérebro que distinguem uma pessoa comum de um psicopata: o córtex prefrontal, as amígdalas e o giro supramarginal. 

Em primeiro lugar, vários estudos encontraram volumes reduzidos de massa cinzenta no chamado sistema paralímbico do cérebro. Na verdade, o mesmo consiste no conglomerado de regiões cerebrais responsáveis pela regulação emocional, assumindo, aí, o córtex pré-frontal uma posição de destaque.

É no mesmo que se regulam a maioria das emoções, sendo que cérebro psicopata evidencia, no mesmo, uma atividade cerebral muito inferior à esperada devido à reduzida quantidade de massa cinzenta. Assim, é esta reduzida atividade cerebral que, no córtex pré frontal, explica a superficialidade emocional e apatia dos  psicopatas.

Num estudo conduzido numa prisão de alta segurança dos EUA, foram investigadas as mentes de 121 presos. Todos eles foram submetidos a um teste segundo o qual eram classificados como psicopatas ou não.

Quando era pedido aos participantes considerados psicopatas para imaginar que uma dor x lhes era infligida, as zonas cerebrais ligadas às emoções e à empatia “iluminavam-se” na máquina de ressonância magnética (MRI). 

No entanto, quando a estes mesmos psicopatas era pedido para imaginar outras pessoas a sofrer a mesma dor x, as áreas do cérebro que anteriormente haviam “iluminado” a MRI, associadas à empatia, agora não reagiram. Isto significa que os cérebros psicopatas reagem apenas à dor que é infligida sobre a sua própria pessoa, e não sobre os outros (=) ausência de empatia.

Adicionalmente, também há algumas variações nos cérebros psicopatas no que toca às amígdalas. A amígdala permite também o reconhecimento de informações emocionalmente importantes, como a presença de ameaças, ou a violência e a agressividade.

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